quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Esmaltina Racing roda 24 'NOS'

Um dos meus “sonhos” como pequeno colecionador de bicicletas antigas, seria um dia conseguir uma bicicleta interessante e absolutamente NOS (new old stock), ou seja, para quem não sabe, completamente nova por nunca ter sido vendida ou usada e ter ficado encostada a ganhar pó numa qualquer loja ou armazém deste país. Difícil de acontecer? Sim, mas, volta e meia, ouvem-se rumores de achados desse género. A questão é que, na maior parte das vezes, quem sabe da existência deste tipo de artigos recusa-se a partilhar a informação ou só partilha com determinados amigos. Eu percebo porquê, a sério que percebo! A única coisa que me chateia neste assunto é que algumas dessas pessoas dizem que partilham a informação a quem perguntar, mas, a resposta nunca saí. Ou não respondem ou inventam desculpas estapafúrdias.


Este tipo de artigos (NOS) são cada vez mais raros. O boom dos colecionadores de bicicletas antigas levou a uma brutal procura dos mesmos e que está gradualmente a levar ao seu esgotamento. Existe muita gente neste país que se dedica nos tempos livres a percorrer regiões em busca de tudo relacionado com bicicletas antigas quer seja para as suas coleções privadas ou para puro comércio. Tudo bem, volto a dizer, é a lei da oferta e da procura.  Como não tenho tempo para este tipo de pesquisa, nunca espero conseguir grande coisa e o que vou conseguindo ou é pago a peso de ouro (quase) ou, se é por uma ninharia, é porque precisa de um bom investimento para voltar a ter bom aspeto.

Esta bicicleta Esmaltina Racing que vos trago, é uma NOS. Não diria que foi “achada” porque nunca esteve perdida , mas, ficou por vender e esteve pendurada numa loja no Alentejo durante mais de 20 anos, até eu entrar lá dentro. Admitindo que seja de algures dos anos 80 (parece ter todas as características), são certamente mais de 22 anos, falta-me um maldito catálogo da Esmaltina para poder comprovar a provável época de fabrico.
É uma roda 24, tamanho indicado para um adolescente, com 10 velocidades (creio!) e com o “equipamento” usual nacional da época;  pneus Viking, pedaleira Ciclo-Fapril, desviador FMaial, manetes Lusito, aros em alumínio, entre outros. Pode não ter grande “ equipamento” mas é de durabilidade comprovada.

Por ter estado sempre embrulhada em plástico, tal como deverá ter saído da fábrica, o quadro não tem qualquer marca do tempo, está como novo, assim como os aros de alumínio e os pneus que não estão secos e gretados (o que seria de esperar). Os pedais completamente novos estavam embalados e pendurados no guiador e os únicos pontos de corrosão existentes estão localizados nas peças expostas como a pedaleira, avanço e eixos. Tudo corrosão ligeira e que se resolve com lã de aço. O desviador, apesar de exposto e sem corrosão, falta-lhe uma tampa.



Na loja onde adquiri esta Esmaltina, ao lado desta estavam também penduradas algumas BMX, umas melhores que outras mas uma delas ainda embrulhada em papel (o que é sempre interessante) ainda que com falta de algumas peças. Outra muito interessante que lá estava era uma de ciclismo Órbita também aparentemente roda 24 com aros em aço mas por não estar embalada possuía mais marcas do tempo. Ainda assim, seria uma excelente aquisição não fosse eu já estar de olho nesta e as duas serem demasiado para a minha carteira.
A Titulo de curiosidade, em conversa com o proprietário, este disse-me que em tempos alguem foi lá buscar duas Choppers tipo as Esmaltinas Fúria, Órbita Crosse ou Vilar Catita que também tinham ficado por vender. Este sim, era um achado que me encheria as medidas!

Pedaleira nacional da Ciclo-Fapril.
Desviador nacional FMaial.
O unico equipamento que poderá suscitar algumas duvidas se será original. É um selim nacional da Selcentro.
A zona mais grave de corrosão, ainda assim fácil de resolver sem recorrer a tratamentos complicados e dispendisosos.
No avanço, surgiu alguma corrosão no unico sitio que estava exposto.
Pneus de fabrico nacional VIKING.

 Nos próximos tempos vou tentar limpar onde exista corrosão e vou deixá-la assim tal como está embrulhada no plástico. Como não tenho ninguém na família com tamanho suficiente para andar nela, fica assim. Um dia que surga alguem interessado em andar nela, tiro-lhe o plástico.